Embora os plásticos virgens ofereçam maior durabilidade, a sustentabilidade dos plásticos reciclados está transformando a indústria para um futuro mais ecológico.
O plástico é um dos materiais mais versáteis e amplamente utilizados no mundo moderno, presente em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana. No entanto, com o aumento da conscientização ambiental, surgem questões importantes sobre a sustentabilidade de seu uso. Uma dessas questões é a diferença entre plásticos virgens e plásticos reciclados, especialmente no que se refere à durabilidade e ao impacto ambiental. Já abordamos esse tema anteriormente, salientando algumas vantagens do plástico virgem.
Os plásticos virgens são produzidos a partir de matérias-primas fósseis, como o petróleo e o gás natural. O processo começa com a extração dessas matérias-primas, que são então refinadas para produzir monômeros — pequenas moléculas que servem como blocos de construção para os plásticos. Esses monômeros são polimerizados, formando longas cadeias de polímeros que resultam em diferentes tipos de plásticos, como polietileno, polipropileno e poliestireno.
O processo de polimerização pode ser realizado de várias maneiras, dependendo do tipo de plástico desejado. Por exemplo, o polietileno é produzido por meio da polimerização do etileno em condições controladas de pressão e temperatura. O resultado é um material com propriedades específicas, como alta resistência à tração e flexibilidade, que o torna adequado para uma ampla gama de aplicações.
De acordo com dados da PlasticsEurope, a produção global de plásticos atingiu 139 milhões de toneladas métricas em 2021, sendo que a maior parte desse volume é composta por plásticos virgens. Os países da Ásia, liderados pela China, são os maiores produtores, responsáveis por mais de 50% da produção mundial.
A demanda por plásticos virgens continua a crescer, impulsionada por setores como embalagens, construção civil, automotivo e eletrônicos. No entanto, esse crescimento vem acompanhado de preocupações ambientais significativas, já que a produção de plásticos virgens é altamente intensiva em energia e contribui para a emissão de gases de efeito estufa.
Uma das principais vantagens dos plásticos virgens sobre os reciclados é sua durabilidade, como já falamos em outro momento. Como os plásticos virgens são feitos a partir de materiais novos e não passam por processos de degradação, eles mantêm suas propriedades físicas e mecânicas em um nível mais elevado. Isso significa que produtos feitos de plástico virgem tendem a ser mais resistentes, duráveis e capazes de suportar condições adversas por longos períodos.
Por outro lado, os plásticos reciclados geralmente passam por múltiplos ciclos de uso e reprocessamento, o que pode levar à degradação das cadeias poliméricas. Isso resulta em um material com propriedades mecânicas reduzidas, como menor resistência à tração e à flexão. Embora os plásticos reciclados possam ser perfeitamente adequados para muitas aplicações, eles podem não oferecer a mesma durabilidade que os plásticos virgens, especialmente em usos que exigem alta performance.
Estudos recentes têm analisado a durabilidade de plásticos virgens e reciclados em diferentes contextos. Um estudo publicado na Journal of Applied Polymer Science indicou que, em média, os plásticos virgens apresentam uma vida útil até 50% maior do que os plásticos reciclados em aplicações exigentes, como na indústria automotiva e na construção civil. No entanto, a diferença de durabilidade pode ser menos significativa em aplicações menos críticas, como embalagens reutilizáveis com conteúdos menos densos, como frutas, legumes e verduras, por exemplo.
Além disso, avanços tecnológicos têm permitido a melhoria da qualidade dos plásticos reciclados, como os criados pela Joagro Embalagens. O uso de aditivos e processos de reprocessamento avançados pode ajudar a restaurar parte das propriedades perdidas durante o ciclo de vida do plástico, reduzindo a diferença de desempenho entre plásticos virgens e reciclados.
Embora os plásticos virgens ofereçam maior durabilidade em comparação com os plásticos reciclados, a escolha entre um e outro deve considerar não apenas a durabilidade, mas também os impactos ambientais. Com a crescente pressão para reduzir a dependência de recursos fósseis e minimizar a poluição por plásticos, o uso de plásticos reciclados é uma alternativa viável e sustentável para muitas aplicações. A evolução das tecnologias de reciclagem continuará a desempenhar um papel crucial na redução da lacuna de desempenho entre plásticos virgens e reciclados, tornando-os cada vez mais competitivos.
