O frango que chega à mesa do consumidor pode estar mais ou menos gostoso, dependendo das condições em que a ave foi transportada. Mas como assim? Afinal, todos nós aprendemos que o tempero é que faz toda a diferença!
Na verdade, o preparo é muito importante, mas o fator realmente imprescindível começa lá atrás, quando as aves ainda estão vivas. Daí a necessidade de cuidados no processo de carregamento e transporte delas, pois é isso que vai garantir a boa qualidade da carcaça.
Os procedimentos corretos apontam para um único objetivo, que é o de evitar o estresse. Por isso as aves devem ser carregadas em caixas transportadoras específicas, em quantidades observadas de acordo com o sexo e peso. Já no caminhão, deve-se ficar atento se o espaço entre as fileiras é suficiente para a passagem de ar.
Se no verão o horário ideal para o transporte é à noite, no inverno o melhor é entre 10h e 14h. O calor é uma das maiores causas de mortandade durante o trajeto até o abate. Os motoristas que transportam aves também devem ser bem treinados, tendo noção exata da carga.
Esses e muitos outros cuidados diminuem o estresse pré-abate, responsável pela liberação de hormônios que elevam o metabolismo das aves e quando isso acontece a carne fica com sabor alterado. Até a maciez, a suculência e a textura se transformam.
Por isso as exigências pela qualidade dos produtos de origem animal estão crescendo bastante, tanto no Brasil como no mercado internacional. O conceito qualidade é amplo e complexo, envolvendo aspectos inter-relacionados que englobam todas as etapas da cadeia produtiva. Não dá mais para permanecer na atividade sem a observância permanente dele.